APIACEAE

Eryngium zosterifolium H.Wolff

Como citar:

Pablo Viany Prieto; Tainan Messina. 2012. Eryngium zosterifolium (APIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

7.274,81 Km2

AOO:

20,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Ocorre em Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Mathias et al., 1972).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Pablo Viany Prieto
Revisor: Tainan Messina
Critério: D2
Categoria: VU
Justificativa:

<i>Eryngium zosterifolium</i> é uma espécie campestre endêmica de um pequeno trecho do Planalto Meridional. Está sujeita a quatro situações de ameaça sendo ameaças a degradação de seu habitat devido à incidência de incêndios e à expansão de atividades agropecuárias e silviculturais.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

​Descrita em Bot. Jahrb. Syst. 40(3): 299. 1908.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica
Fitofisionomia: Ocorre em campos úmidos na borda dos aparados da Serra Geral (Mathias et al., 1972).
Habitats: 3.7 Subtropical/Tropical High Altitude, 4.6 Subtropical/Tropical Seasonally Wet/Flooded Lowland
Detalhes: Erva perene, freqüente nos campos úmidos de solo rochoso, na beira de banhados e turfeiras. Fértil de novembro a abril (Mathias et al., 1972).

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced) high
A área total de Campos no sul do Brasil era 18 milhões de ha, ao passo que em 1996 a área estava em 13,7 milhões de ha (i.e. 23,7% da área total dessa região), sendo 10,5 milhões ha no Rio Grande do Sul (área total: 28,2 milhões ha), 1,8 milhão ha em Santa Catarina (área total: 9,6 milhões ha) e 1,4 milhão ha no Paraná (área total: 20 milhões ha). Um decréscimo de 25% da área total dos campos naturais ocorreu nos últimos 30 anos devido a uma forte expansão das atividades agrícolas. Houve um aumento significativo na produção de milho, soja e trigo, o que se deu às custas dos campos naturais, além da produção de arroz. Atualmente os três Estados da Região Sul do Brasil produzem 60% do arroz no Brasil. Apenas 453km² dos Campos Sulinos estão protegidos em Unidades de Conservação de proteção integral, o que equivale a menos de 0,5% da área total desta formação vegetal. A maior parte deste percentual está nos mosaicos de Campos e floresta com Araucária, nos Parques Nacionais dos Aparados da Serra, da Serra Geral e de São Joaquim (norte do RS e SC) (Overbeck et al., 2009).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1.4 Livestock high
A intensificação dos sistemas de produção pecuária tem levado ao aumento na área de pastagens cultivadas. Apesar da alta produtividade e potencial forrageiro de muitas espécies nativas, elas não são exploradas comercialmente e as pastagens cultivadas são produzidas principalmente com espécies exóticas. Outra forte ameaça é o sobrepastejo, que possui conseqüências negativas para a cobertura do solo, facilitando a degradação em regiões com condições de solos vulneráveis, acelerando o processo de erosão.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.5 Invasive alien species (directly impacting habitat) high
O cultivo de árvores exóticas tem recebido muitos incentivos, tanto das indústrias privadas quanto do governo, para a produção de celulose principalmente. Particularmente nos campos do Planalto Sul-Brasileiro, áreas que antes eram utilizadas com a pecuária foram transformadas em plantações de Pinus sp. de grandes extensões, essas densas monoculturas não permitem o crescimento de plantas no sub-bosque, o que agrava significativamente os danos causados por esta atividade. Na região sul do Rio Grande do Sul também há a pressão exercida pelo plantio de Eucalyptus sp., também levando à perda de espécies campestres (Overbeck et al., 2009).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced) high
As regiões de campo da Serra do Sudeste do Estado do Rio Grande do Sul, pela pouca profundidade do solo, não permite o desenvolvimento de uma agricultura pujante e economicamente rentável. A principal atividade geradora de renda é a bovinocultura e a ovinocultura. A limpeza das áreas de campo é freqüente na região, como o uso do fogo e do corte de plantas arbustivas. Tais práticas são, segundo produtores locais, seculares e servem para conter o avanço da vegetação arbustiva e arbórea sobre o campo, ou ainda, servem para destruir a palha seca e permitir a produção de novos brotos, apreciados pelo gado. A prática do fogo também é adotada em outras regiões do Estado, como na Depressão Central (Caporal, 2006).

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
Presente na Lista de espécies da flora ameaçada de extinção do Rio Grande do Sul na categoria "Vulnerável" (VU) (CONSEMA-RS, 2002).